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Publicado em 16/03/2022, 17:19

Apesar de ter sido alvo de muitos estudiosos, a invenção da Telegrafia foi atribuída a Samuel Finley Breese Morse, que estudou na Universidade Yale, nos Estados Unidos, onde se interessou pelo campo da eletricidade. Em 1835, ele construiu seu primeiro protótipo funcional de um telégrafo elétrico, dispositivo que utilizava correntes elétricas para controlar eletroímãs que atuavam na emissão e na recepção de sinais. Em meados de 1838, finalmente criou um código de sinais realmente funcional, o famoso “Código Morse”, um sistema de representação de letras, algarismos e sinais de pontuação através de um sinal codificado enviado de modo intermitente. Após receber recursos para seu invento através do Congresso norte-americano, em 1844 foi terminada a primeira linha telegráfica, que ligava Baltimore a Washington, D.C. A primeira mensagem transmitida foi: “What hath God wrought!" (Que obra fez Deus!). 

Guglielmo Marconi também era um pioneiro desta área, criando o primeiro telégrafo sem fios em 1896, também fundou a primeira empresa do setor de telefonia sem fio em 1897, a chamada Wireless Telegraph and Signal Company Limited.

A telegrafia foi muito utilizada como meio de comunicação na Segunda Guerra Mundial. Até hoje existem satélites e radiofaróis que utilizam o Código Morse, apesar de ser mais obsoleto. Logo, o telégrafo foi quebrando barreiras e possibilitou uma rápida comunicação de países separados pelo oceano. Essa tecnologia revolucionou a comunicação humana, pois até a sua invenção, as informações dependiam dos meios de transportes para circular por diferentes países, o que às vezes levava meses. O telégrafo acelerou o ritmo da comunicação no mundo e se tornou a primeira grande rede de comunicações. 

O Telégrafo no Brasil

Com a determinação de Dom Pedro II, o telégrafo chegou no Brasil em 1857, com a implantação da primeira linha telegráfica. Subterrânea, possuía 4,3 mil metros de extensão e ligava o Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista ao Quartel General do Exército no campo Sant’Annna, no Rio de Janeiro, capital do Império.

“A comunicação dos pensamentos, das ordens, das notícias já não encontra demora na distância”, essa foi a afirmação do Ministro da Justiça, Eusébio de Queiroz Coutinho Mattoso Câmara quando anunciou o sucesso do telégrafo. O equipamento tinha como objetivo atender aos interesses do Estado, visto que era muito utilizado por governos e militares. Para o desenvolvimento desse projeto, o ministro contou com o apoio do professor de física da Escola Central, Dr. Guilherme Schuch de Capanema.

O Barão de Mauá teve, também, uma relevante atuação nos setores de energia, transportes e comunicações, sendo sua a iniciativa de introduzir o telégrafo submarino entre o Brasil e a Europa em 1872. Em vinte anos, o Império estendeu quilômetros de linhas telegráficas ligando até 182 estações. Essa nova tecnologia fazia parte do projeto político e econômico de D. Pedro II, que visava o desenvolvimento e modernização do país, e que teve o seu auge nos anos 1850, com a implantação de estradas de ferro, iluminação a gás e o telégrafo elétrico. 

 

Referências  

Há 168 anos, era inaugurada a primeira linha de telégrafo do Brasil. Biblioteca Nacional, 2020. Disponível em: <https://www.bn.gov.br/acontece/noticias/2020/05/ha-168-anos-era-inaugurada-primeira-linha-telegrafo>. Acesso em: 09 de fevereiro de 2022.

Telegrafia. Wikipédia, 2021. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Telegrafia>. Acesso em: 09 de fevereiro de 2022.