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Por vezes não paramos para pensar no quanto as celebrações, sejam públicas ou privadas, são importantes nas nossas vidas. Além de proporcionar lazer e entretenimento, também são um meio de expressão da nossa cultura. Das procissões ao carnaval, os festejos dão palco ao que queremos destacar nas pessoas ou nas comunidades.
Toda festa é um momento importante de sociabilidade entre um grupo, e nesse contexto não existem espectadores, e todos os envolvidos são considerados sujeitos atuantes desse momento. As celebrações sociais tendem a marcar momentos cíclicos da vida coletiva, trazendo práticas específicas e carregadas de significados, que podem - ou não - se alterar e se atualizar com o passar do tempo.
Festejar em coletivo tem como função principal reafirmar os laços de identidade e pertencimento de um grupo, onde se compartilham os mesmos sentimentos em torno de um mesmo objetivo. Esses eventos também promovem o desenvolvimento sócio-econômico da comunidade através do trabalho e esforço coletivo para sua organização. Festas como o carnaval, por exemplo, movimentam financeiramente os grupos, gerando renda e emprego, além de possibilitar ainda mais a aproximação entre os indivíduos.
As festividades reúnem inúmeros ritos e símbolos, que reforçam a identidade dos grupos. Essas representações podem ser referentes à religiosidade, a memórias de lutas sociais, conquistas
A cidade torna-se o cenário dessas celebrações. Pois essas expressões culturais tomam os espaços públicos e nela deixam seus símbolos. Nelas residem inúmeros símbolos, ritos, crenças e as celebrações são espaços de criação e expressão coletiva. A maior parte dos festejos são verdadeiras encenações a céu aberto nos quais as ruas e praças públicas da cidade constituem-se como cenários. Durante esses momentos, há uma mistura de símbolos, ritos, organização, decoração, mercadorias, danças, falas, encontros, desencontros, movimentos, roupas, cores, tintas, sons, músicas, política, religião, crenças, ideais e sonhos que serão diferentes em cada festividade. As festas podem estar ligadas à civilidade, à memória de lutas, conquistas, heróis e mitos locais; ou à religiosidade, voltadas para a fé, os santos, principalmente ao padroeiro da localidade. Também podem estar relacionadas à ciclos do calendário, culinária, folclore e grupos étnicos. Todos os aspectos da vida humana e social podem fazer parte dos festejos. Afinal, a festa é um “espelho no qual o ser humano se reflete, buscando, respostas para sua condição de precariedade frente à vida”
Dessa forma, as festividades nos contam muito sobre as comunidades que as organizam. Elas são nosso patrimônio cultural e são elementos importantes para nossa cultura, memória e identidade.
Os festejos também são um momento de confirmação dos laços de identidade e solidariedade de um grupo. Uma festa é um evento de compartilhamento das práticas culturais e propicia o sentimento de pertencimento a um grupo ou comunidade específico. Aliás, a própria organização da festa demanda um esforço coletivo organizado. Sem o trabalho em conjunto seria impossível viabilizar festas como o carnaval, as festas cívicas e procissões. O grupo festivo precisa estruturar socialmente o trabalho de organização e produção da celebração. Que histórias essa atividade coletiva pode nos contar?
Referências
CAPONEIRO, Maria Cristina; LEITE, Edson. Inter-relações entre festas populares. Políticas Públicas, patrimônio imaterial e turismo. Patrimônio, lazer e turismo. Santos, v.7, n°10. abr- mai-jun/2010.
LEITE, CarlosRoberto Saraiva da Costa. Do Entrudo às escolas de samba: Porto Alegre festeja Momo. MuseCom. 13 de fevereiro de 2021. Disponível em: https://www.musecom.com.br/noticias/91/do-entrudo-as-escolas-de-samba-porto-alegre-festeja-momo Acesso em 28 de março de 2022
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