O Rio Grande do Sul vem enfrentando uma tragédia sem precedentes com a maior inundação de sua história. Mais de 90% dos municípios do Estado foram atingidos pelas enchentes, ou seja, 449 dos 497 municípios. O prédio do Museu da Comunicação Hipólito José da Costa (MuseCom), no Centro Histórico de Porto Alegre, também foi impactado pelo evento meteorológico, tendo o seu andar térreo tomado pelas águas. O acervo, no entanto, não foi afetado pelas águas. Apesar da segurança dos acervos, a parte elétrica acabou sendo afetada, causando o desabastecimento do sistema de climatização e controle de umidade nas reservas técnicas.

Desde o dia 20 de maio de 2024, foi colocado em prática o Plano de Retomada do MuseCom, dividido em quatro fases, sendo que as fases 1 e 2 já foram concluídas. A fase 1 compreendeu a drenagem da água presente no primeiro pavimento e no subsolo, local onde estão instaladas as subestações de energia, além de avaliação completa do prédio por parte da Secretaria de Obras Públicas do Estado, da parte elétrica pela concessionária CEEE Equatorial, da avaliação geral dos danos gerados no prédio e ao acervo pelos especialistas da equipe técnica da instituição. Já na fase 2, foi restabelecida a energia elétrica no prédio, além de ativado o protocolo técnico junto às áreas de acervo, com o objetivo de estabilizar a climatização das reservas técnicas (temperatura e umidade), a fim de dar condições para a preservação dos acervos da instituição.

No momento está em curso a fase 3, que compreende a retomada do trabalho técnico no interior do prédio com foco no tratamento das coleções. Esta fase, por sua vez, é dividida em quatro frentes:

FRENTE I: responsável pela avaliação dos impactos e tratamento dos ativos digitais da instituição e dos seus respectivos canais de difusão.

FRENTE II: responsável pelo levantamento das informações e tratamento dos acervos que ficaram mais vulneráveis durante o período de chuvas e desabastecimento de energia. Esta frente divide-se em três mutirões específicos que estão interligado, buscando qualificar a situação da coleção de: Cinema e da Coleção de Imprensa, passando por rotinas de documentação, conservação e digitalização.

FRENTE III: responsável pelas intervenções necessárias para a reabertura ao público e atendimento às demandas represadas nos canais de comunicação da instituição.

FRENTE IV: responsável pelas ações em rede no escopo das instituições da SEDAC e com outras instituições de memória parceiras.

Esta fase, iniciada no dia 17 de junho, tem estimativa de conclusão em cerca de 40 dias. Após a conclusão destes trabalhos, inicia-se a fase 4, a qual compreende o processo de reestabelecimento dos serviços ofertados pelo MuseCom para toda sua comunidade, culminando na reabertura da instituição ao público.